terça-feira, 9 de outubro de 2012

L'Affaire Manson


Você já ouviu falar do BookCrossing? A idéia consiste em ‘esquecer’ um livro num local público. Assim, a primeira pessoa que achar vai lê-lo e tornar a deixar o livro em outro lugar. O objetivo disso é estimular o hábito e ampliar o acesso à leitura.


No Brasil, esse movimento ficou restrito a cidades grandes como São Paulo, o que quer dizer que essa pobre moça do interior não teve a oportunidade de ‘achar’ um livro na rua. Mas eis que estava eu na Place de Verdun, fazendo a carterinha da Yélo, quando um senhor se aproxima de mim, mostra um livro e diz: ‘C’est à toi’. Daí, eu tentei falar para ele, que o livro não era meu, não sabia de quem era, que estava lá quando eu cheguei... E ele falou: ‘Attends!’ (espera!) e começou a folhear o livro.

Então ele achou uma página e me mostrou. Lá dizia que o livro era para ser deixado na rua, para quem quiser pegar... Toda aquela história... E ele repetiu: ‘C’est à toi!’ Como eu não costumo recusar nada, mandei um ‘merci beaucoup!’ já colocando o livro na minha bolsa!

A grande coincidência é que procurava um livro em francês. De repente, acontece isso! Vou ler esse tal de ‘L’Affaire Manson’, certeza! Isso pode ser algum sinal, né? A única coisa que me preocupa é que o livro é uma espécie de romance policial... #Medo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

'Canção do exílio'

'Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.'