E hoje, no dia do meu
aniversário, não posso dizer que estou triste, mas também não posso dizer que estou
inteiramente feliz. Eu estou dividida. Uma parte de mim está eufórica porque eu
consegui o direito de continuar estudando em La Rochelle por mais um semestre. O
que significa que eu vou receber um diploma por meus estudos na França, um
diploma francês! Vou ter dois diplomas! Tem noção?! De longe, a maior conquista
da minha vida até agora!
Mas por outro lado,
tem uma parte de mim que chora. Que está morrendo de saudades do Brasil. Sim...
Às vezes, a saudade chega a níveis sufocantes... É difícil... Sinto saudades da
minha família, dos meus cachorros, da minha casa, do povo, só não sinto saudade
do calor sufocante! :p
Mas isso é um problema
para quem está convivendo comigo, já que eu fico falando do Brasil toda hora.
Acho que os franceses já não suportam mais...
Mas beleza... A vida é
assim... Não se pode ter tudo...
Sem querer fazer um
trocadilho com o álbum mais vendido da Legião Urbana, mas já fazendo..
Bom, dando
continuidade ao penúltimo post, vou terminar a lista ‘minhas músicas favoritas
da Legião Urbana.
‘Que País É Esse’
Música que dá nome ao
terceiro álbum da banda e sem dúvida, uma das músicas mais conhecidas da Legião
Urbana. Trata-se da primeira música que vem a cabeça se você quer criticar o
Brasil. Tem até uma adaptação do refrão que eu não vou citar aqui... Mas tá na boca da galera!
‘Andrea Doria’
Para se ouvir quando se
está triste/deprimido...
‘Vento no Litoral’
‘Vento no Litoral’ é
talvez a música mais triste da Legião Urbana. Não é por menos, Renato Russo
escreveu essa letra quando ele tinha terminado com o seu namorado...
'Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.'
(Carlos Drummond de Andrade)
Depois do último post,
eu fiquei pensando: é impossível não falar mais nada da Legião Urbana. Essa
banda marcou muito a minha vida. Eu comecei a ouvi-la quando eu estava
começando a pensar no mundo a minha volta, sobre o futuro que eu planejava pra
mim, sobre problemas sociais... Sabe aquela época em que eu acha que pode mudar
o mundo? Então...
Foi ouvindo essa
banda, que eu comecei a apreciar a boa música. Curtir letras que fazem crítica
social, que falam dos nossos sentimentos, desde os mais banais até os mais
profundos...
Enfim... Acho que todo
fã da Legião já elegeu a sua música favorita... Bom, eu até hoje não sei qual é
a minha favorita. Mas, o que eu posso fazer é uma lista das que eu mais amo...
E é isso o que eu vou fazer em vários posts! Porque amo muitas músicas! :p
Tempo Perdido
A minha versão
favorita é a do álbum duplo ‘Como é que se diz eu te amo’. Nessa música, Renato
Russo fala do tempo, dos erros que a gente comete e que nos deixam com a
sensação de perda de tempo. Chegando a conclusão de que não foi um ‘tempo
perdido’ já que somos ‘tão jovens’ e tudo o que aconteceu nos faz crescer, amadurecer.
Perfeição
Trata-se de uma música
irônica que na minha opinião é uma crítica muito mais dura do que a que se vê
em ‘Que País é Esse’. Em ‘Perfeição’, cada verso é um ‘tapa na cara’ da
sociedade brasileira...
Teatro dos Vampiros
A versão do ‘Acústico
MTV’ merecia um OSCAR! Haahauahaua Letra perfeita que para explorá-la bem,
merecia um post inteiro (posso fazer isso mais tarde! :p)
Eduardo e Mônica
Talvez o casal mais
famoso da música brasileira. Mas, o que chama a minha atenção nessa música são
os versos:
‘Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?’
(pausa para o momento
‘ own! *__* ‘ do blog! )
Mais do mesmo
Essa é uma das minhas
favoritas! Com certeza, vou fazer um post especial para comentar essa letra! A
versão do ‘Acústico MTV’ “é um fado grego”! :p (mensagem sublimar para quem, de
tanto ouvir, decorou as falas do Renato Russo nesse mesmo álbum... )
Geração Coca-Cola
Na minha humilde
opinião, uma das melhores letras do Renato Russo:
'Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês
Nos empurraram com os enlatados
Dos U.S.A., de nove as seis.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola'
Será
Talvez a música mais
conhecida... Lembro que eu gravei um documentário da Legião que passou na TV.
‘Será’ era a primeira música. Antes de começar o show, eles mostravam a banda entrando
no palco e em seguida o Renato falava: ‘Vocês estão prontos?!’ e então a música
começava. Isso me fazia vibrar e me deixava com uma ‘inveja branca’ da platéia.
#ProntoFalei
Pais e Filhos
Essa música já
apareceu no post anterior mas ela é tão importante que não dava pra deixar de
fora da minha lista. Uma das músicas mais conhecidas e sem dúvida nenhuma está
entre as melhores letras. Realmente, o Renato Russo estava inspirado quando
escreveu essa...
Legião Urbana foi a banda
dos meus 15 anos. Eu ficava escutando suas músicas toda a hora, conhecia as letras de cor, os integrantes, as histórias
das músicas. Enfim, era fã!
Por ouvir tanto essa
banda, depois de um tempo ela acabou meio esquecida por mim. Mas eis que eu a
redescobri esses dias na internet.
Isso porque eu achei uma
versão que eu não tinha ouvido antes. Trata-se de uma versão de Baader-Meinhof
Blues ao vivo do álbum Música P/ Acampamentos. Para quem não conhece, essa
música fala sobre a violência, das situações nas quais a gente tem medo... E
como muitas letras do Renato Russo, tem várias interpretações!
Bom, vou colocar o
link da “versão nova” para quem quiser ouvir e também vou colocar o link de uma
das mais conhecidas músicas da Legião Urbana: Pais e filhos.
E eis que abro o meu Facebook e só vejo posts relacionados às
manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. Surpresa.
Foi esse o meu sentimento... Isso porque causa para protestar é o que não falta
no Brasil. Sempre foi assim, desde que eu nasci. MAS NÃO ME LEMBRO de ter
visto manifestações grandes como essas que estão acontecendo em São Paulo.
Mas eu fiquei muito
contente em saber que o povo brasileiro está finalmente se mexendo. Está
lutando por alguma coisa e não simplesmente aceitando o que o governo nos impõe
com xingamentos em conversas de bar e posts na internet.
Finalmente, estamos
vendo o povo brasileiro querendo fazer mudança... Está certo, a verdadeira
mudança deve se fazer nas urnas, na escolha dos candidatos. Mas considerando o
grau de escolaridade da maior parte da população brasileira, é compreensível
que eles não saibam escolher os seus candidatos... Essas manifestações em São Paulo
são um começo, além de melhorias no transporte público, é preciso exigir
melhorias no ensino público, segurança...
Essas manifestações me
enchem de esperança e orgulho... Que isso não seja ‘uma onda’, que o povo
brasileiro continue a lutar pelo seus direitos e contra certos abusos do
governo.
Enfim, segue aí uma
música do Gabriel, o Pensador. Que sirva de hino pros manifestantes! (y)
OK. Faz onze meses que eu não sei o é que ir num Centro Espírita. Mas enquanto estava na França, eu fiz uma coisa que jamais poderia ter feito no Brasil: visitei o túmulo do decodificador da Mensagem Espírita, Alan Kardec.
Infelizmente, fui num dia com muito sol e por causa da claridade não consegui tirar boas fotos... Mas o que importa é o fato de ter estado lá!
Lembrando que em cima está escrito em francês: 'Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei'.
Depois de voltar de
Paris, eu comecei a pensar nos motivos que me faz gostar tanto dessa cidade. E,
com certeza, amo Paris porque essa cidade se parece com São Paulo.
E sim, eu gosto de São
Paulo. Provavelmente, porque nasci numa cidade com 10 mil habitantes, onde todo
mundo conhece todo mundo e sabe mais da sua vida que você mesmo. Uma cidade que
a sua banda favorita nem sonha que existe. Onde não existem semáforos e faixa
de pedestre só está lá pra não virar bagunça.
Vindo desse lugar, é
claro que eu vou gostar de São Paulo. Imagine, você que veio de uma cidade onde
pode ir a qualquer lugar andando, de repente você chega em Sampa e tem que ir
de metrô! Tchamps!
Então, se eu gosto de
São Paulo, é claro que eu vou gostar de Paris. Tá certo, não é igualzinho... Mas
quando você está em Paris, você se lembra de São Paulo toda hora...
Tem até alguns pontos
turísticos parecidos.
Fonte: foto minha com uma pitada do Instangrã
A Champs-Élysées de
São Paulo é a Avenida Paulista, o nosso Museu do Louvre é o Museu Ipiranga...
hauahuahauaha A nossa Tour Montparnasse é o edifício do Banesp (que agora é
Santander...). Beleza, não temos a Torre Eiffel, mas temos o cruzamento da Rua
Ipiranga com a avenida São João. E depois, não conheço nenhum bairro de Paris
com a presença forte de uma nacionalidade. Quero dizer, um bairro japonês como
a Liberdade ou italiano como o Bexiga, o Brás e a Barra Funda. Isso não tem em
Paris mas tem em Sampa...
Mas Paris tem uma
grande vantagem em relação a São Paulo: o metrô. O metrô de Paris é muito mais dinâmico
que o de Sampa. Trocando em miúdos: se você está onde Judas perdeu as botas e
quer ir onde Judas esqueceu as meias, o metrô de Paris te leva! Agora em
Sampa?! Visshi !!! Ahhh meu amigo! Depois de passar meia hora se lamentando
porque tem que fazer o trajeto, você vai e perde um dia inteiro da sua vida no
trânsito.
Por isso gosto de
Paris: porque é São Paulo melhorada! É uma cidade grande, onde você pode fazer
o que quiser e não é difícil se locomover! (y)
As
pessoas que se acham vivem num universo paralelo. Nesse universo paralelo, elas
criam uma imagem de si mesmas e distorcem situações que realmente aconteceram.
Tudo isso de acordo com o que lhe convém. Depois, elas confundem esse mundo
virtual com o mundo real de um jeito que você não encontra histórias 100% falsas, mas muito manipuladas. Manipuladas de
tal forma que a pessoa que se acha vê o que aconteceu de acordo com o seu ponto
de vista (universo paralelo) e diz/reage como se isso tivesse realmente
ocorrido. Então, a pessoa que se acha vai
se achar melhor a cada dia que passa, já que ela não é capaz de reconhecer ou
enxergar os seus erros. Entra-se num ciclo vicioso cujo fim pode ser muito
triste para a pessoa que se acha...
O que passa pela minha
cabeça quando procuro um assunto para atualizar o blog...
“Putz! Queria escrever
uma coisa bem legal... Mas escrever o que? Nossa! Vi um vídeo massa semana
passada! Poderia colocar o link e aprofundar o assunto! Vai ser dahora!“
“Mas nossa! É muito
complicado! Vou ter que fazer uma pesquisa, senão vai ficar muito
superficial... É um assunto de cunho filosófico... Não quero fazer reflexões
nível ‘Rede Globo de televisão’...”
“É... mas preciso
arrumar tempo! Tenho que entregar aquele relatório! Ahhhh tá bom! Vou fazer
isso! É mais importante!“
(3 semanas depois...)
“Putz! Ainda não
atualizei meu blog! Que vergonha! É por isso que tenho poucos leitores! Os poucos
que existem devem estar decepcionados comigo! VERGONHA!”
“Quer saber?! Vou escrever
de qualquer jeito! Sem fazer pesquisa... Sem fazer nada! Vou falar o que eu
penso: pronto e acabou! Análise superficial, feijão com arroz! O povo escreve
cada abobrinha no facebook e ninguém fala nada! E afinal, quero que o blog reflita isso mesmo!
Como eu penso! Como as idéias foram amadurecendo comigo! Então, quando eu tiver
50 anos e ler esses posts, a Aline do passado vai dialogar com a Aline do
futuro... E vai ser bom ver o quanto eu mudei... O quanto evoluí, o quanto
amadureci...”
“Beleza! Vamos
começar...”
O
sistema...(putz! Como vou
explicar de uma maneira simples o que é o sistema! Droga... estou sem idéia!)
(algum tempo depois...)
“Putz! Ainda não atualizei
nada no blog...”
“Mas acho que ia ser
legal escrever um post sobre a minha falta de idéias e insegurança...”
Ontem eu decidi fazer uma caminhada na beira da praia. O tempo não estava bonito mas se você teve um dia estressante, o barulho do mar ajuda a te acalmar, a te por nos eixos.
Não tinha muita gente. E eis que a um dado momento surge um casal na minha frente que caminhava sem se dar conta da minha presença. Quando eu estava quase os alcançando, vejo a seguinte cena: o homem cochicha alguma coisa na orelha da mulher e lhe dá um abraço. Sabe aquele abraço espontâneo e um pouco desajeitado. Típico dos casais apaixonados.
Nesse momento, o homem olhou para trás e ao me ver corou de vergonha. É isso que me fez ficar indignada! Um gesto tão bonito, como eles puderam ter vergonha disso?! Como assim?! Que mundo nós vivemos?! O cara que "pega" cinco meninas numa noite acha isso lindo e até orgulha-se. Não gosto dessa lógica...
É meu caros leitores!
Hoje eu escrevo com grande pesar!
Vocês acreditam que
uma das minhas cantoras favoritas vai fazer um show hoje em Paris e eu só fui
descobrir isso ontem?!
Caramba! Que ocasião
especial! Depois de seis anos de ausência ela está de volta na França
para divulgar as músicas novas! E cara, é a Marisa Monte! Ela que tem uma voz
maravilhosa e letras espetaculares! E eu
aqui perdendo isso! Putz! Tristeza!
Mas bom, não é o fim
do mundo! Terei outras oportunidades de vê-la cantando!
E bom, aí vai um pouco
do que eu vou perder essa noite e a música que me inspirou na mudança de nome do blog!
Seguinte, tenho um comunicado importante para fazer aos meus
queridos leitores (eles existem ainda?!)
Resolvi mudar ‘o foco’ do blog: a partir de hoje, a maior
parte das postagens não vai tratar da França nem das minhas experiências
aqui... Sei que foi esse o motivo que me levou a criar o blog, mas daí? Decidi
parar... Quero falar de coisas boas agora!
Brincadeira, eu amo
esse país mas não poderia perder a piada!
O problema é que agora eu já me acostumei. Não existe mais
as surpresas/patacoadas do início. Até os franceses estão me entendendo mais
agora... Ou seja, não é aquela euforia e a surpresa do começo.
E depois, vários outros assuntos me inspiraram
ultimamente. Por isso resolvi mudar. Mudar o nome do blog... Assim, não me
sinto obrigada a falar só da França/minha vida (não que eu tenha feito isso,
mas...) O novo título me dá a sensação de que eu posso falar do que quiser,
quando quiser... São as minhas opiniões, as minhas ideias... O meu ‘infinito
particular!’