sábado, 15 de dezembro de 2012

Desculpas

Galera!!!

Peço desculpas a vocês, raros e amados leitores!

Fui no mínimo estúpida por ficar tanto tempo sem passar por aqui!

Eu prometo, aliás; eu juro: NÃO PASSAREI MAIS DO QUE 3 (TRÊS) DIAS SEM ESCREVER NESTE BLOG!

Nem que seja um 'oi! eu amo vocês!'... mas eu vou escrever!

E como diz a irmã Zuleide: AMÉM?

Pateta escrevendo: achei digno.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

L'Affaire Manson


Você já ouviu falar do BookCrossing? A idéia consiste em ‘esquecer’ um livro num local público. Assim, a primeira pessoa que achar vai lê-lo e tornar a deixar o livro em outro lugar. O objetivo disso é estimular o hábito e ampliar o acesso à leitura.


No Brasil, esse movimento ficou restrito a cidades grandes como São Paulo, o que quer dizer que essa pobre moça do interior não teve a oportunidade de ‘achar’ um livro na rua. Mas eis que estava eu na Place de Verdun, fazendo a carterinha da Yélo, quando um senhor se aproxima de mim, mostra um livro e diz: ‘C’est à toi’. Daí, eu tentei falar para ele, que o livro não era meu, não sabia de quem era, que estava lá quando eu cheguei... E ele falou: ‘Attends!’ (espera!) e começou a folhear o livro.

Então ele achou uma página e me mostrou. Lá dizia que o livro era para ser deixado na rua, para quem quiser pegar... Toda aquela história... E ele repetiu: ‘C’est à toi!’ Como eu não costumo recusar nada, mandei um ‘merci beaucoup!’ já colocando o livro na minha bolsa!

A grande coincidência é que procurava um livro em francês. De repente, acontece isso! Vou ler esse tal de ‘L’Affaire Manson’, certeza! Isso pode ser algum sinal, né? A única coisa que me preocupa é que o livro é uma espécie de romance policial... #Medo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

'Canção do exílio'

'Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.'

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sua mãe sempre tem razão


Olha, confesso que quando cheguei em Grenoble pensei: ‘Nossa! Não deveria ter deixado minha mãe colocar tantas roupas de frio na minha mala! Agora não tenho roupa pro calor que está fazendo aqui e ainda carreguei um peso inútil a viagem inteira!’

Nesse momento da minha vida, queria dar um tapa na cara da Aline do passado! Jamais pense que a sua mãe está errada! Sua mãe, não importa sobre qual assunto, ela sempre terá razão! De fato, você não consegue entender a lógica por trás das atitudes dela. Mas o fato é que ela tem uma espécie de dom que a torna capaz de antever situações que você jamais pensou ser possível!

No meu caso por exemplo, aqui em la rochelle está fazendo um frio danado agora. E ainda não deu tempo de comprar roupas de frio. Ou seja, estou usando as que eu tenho na mala e não passei frio em nenhum instante aqui.

Então, caro leitor, se um dia a sua mãe te disser qualquer coisa, mesmo que por dúvida você hesite, SEMPRE OBEDEÇA A SUA MÃE!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mon petit ami


O causo é o seguinte: eis que estávamos na praia aqui em La Rochelle e, já sabe, né? Um monte de estrangeiro, a francesada aproveitando o finalzinho do verão, blá blá blá...

Nesses ambientes, a gente acaba conhecendo ou conversando com pessoas novas... E numa dessas, não sei por que... Um amigo meu, aqui de La Rochelle, o Alexandre (nome fictício para preservar sua identidade) começou a falar com umas criancinhas que estavam lá na praia. No fim das contas, quando eles estavam se despedindo, o Alexandre soltou a pérola: ‘mon petit ami! Au revoir!’ 

O problema é que ‘petit ami’ em francês quer dizer ‘namorado’ mas o Alexandre não sabia... Ele quis dizer ‘meu pequeno amigo’...  Mas não deu muito certo... 




Ninguém percebeu, eu acho... E a gente zuou ele demais!



sábado, 15 de setembro de 2012

S'il vous plaît


Acredito que todo mundo que já ouviu falar da França conhece essa frase; que se tornou praticamente um sinônimo de educação, de polidez...

Mas essa frase não me marcou pelas vezes em que eu me esqueci de utilizá-la, o que praticamente se transformou em motivo de reclamação de alguns franceses. Essa frase me marcou por um episódio que aconteceu no primeiro dia de aula aqui em La Rochelle.

Seguinte: todos os alunos estrangeiros estavam no anfiteatro. Ou seja, sala grande e cheia de gente. Logo, é complicado fazer a galera ficar em silêncio... E para piorar, a gente tinha acabado de chegar do intervalo...

Daí, uma senhora (não vou citar nomes!), com toda a sua educação... Mandou um ‘s’il vous plaît’ bem baixinho... Mas óbvio, a maioria nem ouviu nada! Percebendo que seria difícil contornar aquela situação, ela não hesitou e gritou freneticamente: ‘S’IL VOUS PLAÎT!’





A sala inteira calou-se de repente. Tamanho foi o susto com o grito. Na hora ninguém zuou, ninguém riu, ninguém fez nada... Todo mundo começou a prestar atenção na mulher... a ‘s’il vous plaît’, como ficou conhecida entre os brasileiros.

Não sei se consegui deixar bem claro o quão bizarra foi a situação. Tipo, estamos na universidade! Ela gritou como se a gente estivesse na pré-escola! Foi estranho...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Desculpas...


Sei que é quase uma falta de educação ficar muito tempo sem escrever por aqui! Esse blog é uma das formas das pessoas que eu mais amo nesse mundo acompanhar de perto as histórias da minha estadia aqui na França.

Mas... Vocês vão me desculpar! Começaram as festas de integração da EIGSI! #TodosComemora

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Ou seja, está tendo festa todo dia da semana! Então... Estou um pouco sem tempo! Mas depois coloco a conversa em dia! #Prometo

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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Última noite em Grenoble


É a minha última noite em grenoble, e me encontro aqui... Deitada na cama, com meu edredon e com esse moreno quentinho... Sim! Meu notebook, caro leitor!!!

Pois é... Serei a última a deixar Grenoble. Sabe aquele corredor aqui do segundo andar da résidence Hector Berlioz? Que na semana passada estava lotado de brasileiros??? Pois é... agora só tem uma... eu!

E é no mínimo doloroso ver todos os seus amigos partindo. Não que eu esteja triste com isso, pelo contrário! Todo mundo batalhou muito para estar aqui: na França! Agora iremos para segunda etapa do percurso: a parte mais longa e mais trabalhosa, eu creio! Cada um estará em cidade diferente, e depois de quatro anos de convivência, a gente vai se separar.

Vivemos muitas coisas nesses anos... Passamos muito sufoco juntos, rimos muito! Foram horas e horas de estudos, conversas, zuera! É por isso que sinto esse aperto no coração... Durante esse tempo, nós estivemos tão próximos... E agora, a gente vai se separar! Mas como me disse uma amiga: ‘distância é uma palavra que não existe!’

Quero que saibam que sempre guardarei vocês comigo! E boa sorte para a gente nesse ano! ^^



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Conversa de botas batidas


Depois de vários posts sobre a França, chega a hora de mudar de assunto! É por isso que o blog hoje vai falar de outra coisa: amor, caros leitores! Ownnnnn


Na verdade não é sobre o amor propriamente dito e sim sobre uma música que fala de amor. Trata-se de uma canção dos Los Hermanos, ‘Conversa de botas batidas’. E não se sinta mal se você nunca a ouviu, ela não é muito conhecida!

Devo confessar que na primeira vez que eu ouvi essa música não entendi bem a letra. Algumas passagens me pareceram realmente confusas naquele momento: ‘Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga, já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas, não ter o seu lugar’.

Isso eu só fui entender quando eu soube da história que inspirou Marcelo Camelo a compor essa canção. O fato é que em 2002, um prédio de um hotel desabou no centro do Rio de Janeiro. O porteiro ouviu uns estalos e saiu batendo de porta em porta, avisando as pessoas do risco de desabamento. No início, acreditou-se que esse acidente não deixou vítimas mas após certo tempo foram  encontrados os corpos de um casal de idosos entre os escombros.

Descobriu-se que esse casal se encontrava frequentemente no hotel e eram casados, mas não um com o outro: eles mantinham um relacionamento extraconjugal há vários anos. Marcelo Camelo se inspirou nessa história e escreveu a música ‘Conversa de botas batidas’ simulando um diálogo com as últimas palavras do casal.

Se eles viveram um romance e desistiram de se esconder para morrer um ao lado do outro, se eles quiseram se esconder, se eles estavam simplesmente dormindo, ninguém sabe! Para mim, o único fato incontestável é que Marcelo Camelo se superou nessa letra! 


Conversa de Botas Batidas 


Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar

Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem

Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer, que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair




terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mal-educada


No Brasil, eu sempre me achei tão educada. Sabe, a ponto de causar admiração nos meus professores do prezinho a faculdade.

Mas aqui na França, eu me sinto muito chucra, a mais grossa das criaturas! Sei lá, me esforço mas simplesmente não consigo ser ‘polida’! Não sei se é porque eu tenho que pensar muito para falar. Eu fico arquitetando o que eu tenho que dizer, tentando formular as frases em francês na minha mente e me esqueço do começo... Eu acabo me esquecendo do fundamental, do ‘Pardon monsieur! Excuse-moi! Je voudrais savoir blá blá blá...’ Ahhhhh é muita coisa!!! No Brasil é mais descomplicado! É só pedir uma licença, perguntar o que você quer saber e dizer um muito obrigada e pronto!

Eu simplesmente não consigo fazer direito o ritual que é pedir informação na rua...

E na despedida é a mesma coisa! Para você ter uma idéia, quando eu fui comprar umas passagens com uma amiga, a moça do guichê disse: ‘Merci! Bonne journée! Bon Voyage! Au revoir!’ Quatro! Quatro! Ela disse quatro coisas para se despedir... É muito para a minha cabeça! Estou me esforçando mas olha... Tá difícil...


domingo, 26 de agosto de 2012

Curso de francês - Galerinha


O curso de francês em Grenoble acabou. Muita coisa aconteceu, conheci vários lugares, pessoas e nada do que eu escrever aqui é capaz de descrever com exatidão o que eu sinto agora.

Durante esse mês, essas pessoas que eu acabei de conhecer, fizeram parte da minha vida. A gente se via todo dia, a gente ia a festas juntos. Alguns vão pensar: ‘nossa! Mas um mês é muito pouco para construir uma amizade!’ Bem, isso eu não sei, pode até ser. Não consigo entender muito bem essas questões. Mas de uma coisa eu tenho certeza: essa galera que eu conheci aqui em Grenoble me fará muita falta! Agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de conviver com eles por esse tempo.

Agora é aproveitar Grenoble mais um pouquinho porque daqui a pouco vem LA ROCHELLE! #BoaTchamps



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Diferenças Brasil/França


Eu sei que vocês, meus caros(as) leitores(as), estão curiosíssimos para conhecer as diferenças entre o Brasil e França. Eu, como amo agradar vocês, resolvi escrever um post sobre o que eu observei até agora. Para tanto, contei com o apoio de mais três brasileiros que criaram uma apresentação para o nosso curso de francês. Eles falaram sobre o mesmo tema e eu resolvi roubar algumas coisas do trabalho deles! #MeninaMá

Para começar chocando! ahauhauahaaha  



Beber água no banheiro: Não... isso não é uma piada. Digo isso porque eu pensei que fosse quando me contaram. A gente procurava água até que alguém me falou: ’Nossa! Que estranho!!! Perguntei para uma senhora onde tem água e ela me mandou aqui no banheiro. Mas acho que é aqui mesmo. A água é tratada!’ Na hora eu pensei: ‘Beleza tchamps! Bebe aí! Vou procurar o bebedouro... ‘ Procura, procura e cadê?  O tiozinho estava certo... Não tenho outra escolha! Estou aqui mesmo e não vou passar sede, né? Quando a coisa aperta eu vou ao banheiro! É... c’est la vie! E o estranho é que muitos franceses não gostam disso, mas beleza...




Ainda no assunto banheiro, por aqui tem outra bizarrice: banheiros unissex! Sim, você, querida leitora, pode dar de cara com um homem enquanto retoca a sua maquiagem...




Comida: Não, o francês não gosta de repetir um prato. Comer todo dia arroz e feijão como acontece no Brasil é algo inconcebível por aqui... E eu tenho a impressão de que os franceses comem com os olhos também. Eles gostam muito de enfeitar o prato, coisas desse tipo...




Horário das festas: Aqui, geralmente as festas vão das 19 h até à 1 h da manhã. Enquanto que no Brasil, pelo menos as de Ilha Solteira, começavam às 23 h e iam até às 5 h... Isso mesmo francesada... A gente não dorme! 


Hábito de ler: Aqui na França tem uma livraria em cada esquina! Tudo bem, exagerei... Mas é fato, aqui o povo gosta mais e lê muito mais do que no Brasil.



Transporte: como já comentei aqui no blog, transporte não é um problema na França. Bem diferente do Brasil... Em São Paulo, quando tem congestionamento, a ida para o trabalho pode demorar duas horas e meia! TGV em Sampa...  Vishi! Surreal!!! Esquece! :/  







terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lac Laffrey


Aqui perto de Grenoble tem um lago maravilhoso, água limpinha, cercado de montanhas. E o mais legal é que a francesada gosta muito de ir com a família, fazer piquinique e coisa tal...

Não é nada complicado chegar lá. Tem vários horários de ônibus, todos disponíveis na internet. Alguns são diretos, outros tem conexão, depende do horário escolhido. E a melhor parte: a passagem do ônibus custa 6,50 


Coloquei algumas fotos para vocês! :)








sábado, 11 de agosto de 2012

Serviço de utilidade pública I


Tram, train, trammmma... ahhhhhhhhhhhhhhhhh!

Se você pretende fazer um curso de francês em Grenoble, você deve saber algumas coisas. Aqui é muito fácil se locomover, isso graças ao que eles chamam de 'tramway', ou simplesmente ‘tram’. Esse negócio não existe em nenhuma cidade do Brasil (que eu saiba, fique bem claro!), é semelhante a um ‘trem’ e facilita muito a nossa vida.

E a melhor parte é que você pode usar isso ilimitadamente. Basta que você faça ‘a carte’, um espécie de cartão eletrônico (tipo cartão de banco, com chip) que você consegue na ‘Maison du Tourisme’ pagando uma taxa de 30 euros e apresentando alguns documentos.

Voilà, la carte! (Não mostrei minha foto por motivos óbvios!)

Obter ‘a carte’ não é nada burocrático. Eu, por exemplo, tive que levar somente o meu passaporte, o comprovante de residência em Grenoble (o contrato do alojamento daqui) e o meu VTM... Simples assim!

Bom... Para falar a verdade nem tão simples assim. Isso porque na França também existe o ‘train’(trem). Você, leitor sagaz, deve ter percebido que as palavras ‘tram’ e ‘train’ são bem parecidas. É... Se a escrita já é parecida, imagina a pronúncia! Bom, estou aqui faz duas semanas até hoje tento descobrir a diferença, mas beleza! A atendente não entendeu quando eu falei que queria fazer a carta do ‘tram’, daí eu mandei um ‘pour aller à Grenoble’ e foi suficiente... hauahauahaa

Agora me sinto livre! Tenho o poder em minhas mãos! Vou a qualquer lugar da bela Grenoble na hora em que eu quiser... ;) ahhhh #BoaTchamps #TodosComemora


Obs.: A 'carte' tem validade. A minha dura um mês mas você fazer para até um ano. Obviamente, paga-se um pouco mais caro por isso...  



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Grenoble


No domingo a noite,quando cheguei na França, ‘a minha ficha ainda não tinha caído’. Eu ainda tinha a sensação de estar no Brasil, como se tivesse feito uma viagem para São Paulo, Minas Gerais ou coisa assim...

Digo isso porque até aquele momento não tivemos muito contato com os franceses e com o francês. Foram algumas conversas no avião (aquele mico galático do outro post), umas palavrinhas para comprar comida, enfim... Só!

O dia em que eu me senti realmente na França foi na quarta-feira. Isso porque eu fui ao centro de Grenoble, cidade em que estou fazendo um curso de francês. Lá é tudo diferente, as ruas, os restaurantes, você escuta todo mundo falando em francês... Lógico, né? Estou na França! E foi exatamente isso que veio a minha cabeça: ‘MEW! EU TÔ NA FRANÇA!!!’

Nesse dia sim! Percebi que tinha conseguido! Eu finalmente cheguei, estou na França!!! Ahhhhhhhh tchamps! ;)

Seguem algumas fotos da bela cidade de Grenoble!



sábado, 4 de agosto de 2012

Vou sentir saudades...


E na França, quando eu estiver sozinha, eu me lembrarei dessas coisas...

Dos churrascos aos domingos com o meu pai. Vou sentir saudades dos nossos almoços e da voz dele me chamando três vezes por minuto.

Vou sentir saudades da Crystal gelada que a gente tomava ao som do ‘Brasil e Cia’, programa de rádio do Cardosinho. Um amigo do meu pai que a gente importunava umas mil vezes para ouvir as nossas músicas favoritas. E a gente sempre pedia umas três por telefonema. Era uma do Milton Carlos para a minha mãe, eu queria alguma que ele nunca tinha e por isso nunca tocava e o meu pai sempre pedia ‘Fotografia 3x4’ do Belchior.

Ficarão na memória esses momentos. Quando meu pai me chamava e dizia: ‘Filha, presta atenção nessa letra!’ E ele começava a cantar os trechos da música com toda aquela emoção que só ele tem quando canta:



Em cada esquina que eu passava
um guarda me parava, pedia os meus documentos e depois
sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia
e estranhando o nome do lugar de onde eu vinha.
Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade,
disso Newton já sabia! Cai no sul grande cidade
São Paulo violento, Corre o rio que me engana...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conversa com minha mãe antes de ir pra França...


—Filha, você me promete que se acontecer qualquer coisa, você vai me ligar?

—É claro, mãe! Vou falar com você todo dia!

—Aconteça o que acontecer você nunca estará sozinha, mesmo que esteja no fim do mundo, eu irei atrás de você!

—Eu sei, mãe! E vocês sempre estarão comigo, aonde quer que eu vá!

—Olha, você viu que eu coloquei os remédios na sua bolsa? Sabe como tem que usar, né?

—Omeprazol para dor no estômago, diclofenaco para dor no corpo, dorflex para dor de cabeça e cólica! Dexácumigo!

—Filha, mamãe ama tanto você! Se cuida lá na França, não fica andando com qualquer um. NÃO CONFIE EM NINGUÉM! Promete para mim que não vai confiar em ninguém? Você não conhece as pessoas, às vezes alguém que parece uma boa pessoa pode ser um canalha se fazendo de bonzinho para te aplicar algum golpe!

—eu sei mãe, sei de tudo isso...

—FILHA! (me abraça e começa a chorar) A mamãe te ama tanto!!! Não suportaria a idéia de te ver sofrendo...

Nota: Caros leitores, o diálogo acima aconteceu! Sei que é muito pessoal, mas achei muito bom ouvir essas palavras... É uma prova de amor da pessoa que mais te ama no mundo: sua mãe! #Fato


Francesa


O primeiro mico a gente nunca esquece...

Caros(as) leitores(as) (mãe, pai, Karina e Ellis), sei que a sequencia correta é a continuação da saga ‘documentação’... No entanto, as coisas foram acontecendo rápido demais e como eu fiquei devendo esse post para uma francesa muito simpática, resolvi mudar a ordem dos acontecimentos! Espero que não se incomodem!

Vamos lá então...

Eis que estou no avião, pronta para a viagem, quando de repente senta uma senhora ao meu lado. Quando percebi que ela era francesa, tratei de puxar assunto com ela para treinar o meu francês.

Daí, nós conversamos sobre muitas coisas. De Paris, da França, das nossas ocupações, de viagens, de estudo, de mapas e falamos da língua francesa. Nesse momento, eu comentei com ela que conheci por internet uma pessoa que me ajudava com o francês. Então a francesa me perguntou: ‘Onde ela mora?’ aí começou o problema...

Eu queria dizer: ‘Compiègne’, mas sem querer, acabei dizendo uma coisa como ‘Kopenhagen’. Acho que eu nem preciso dizer que a francesa quase morreu de rir da minha cara...

Mas como tudo tem o lado bom, ela me ensinou a pronúncia correta!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Porque eu amo tanto o twitter...


Só para não ficar toda hora falando da França...


Nunca escondi de ninguém a minha preferência pelo twitter. Como a maioria dos meus amigos não entende isso, eu resolvi defender nesse post a minha rede social favorita!

Para começar, como muita gente pensa, o twitter não é ‘vazio de conteúdo’. O fato de limitar seus posts a 140 caracteres não significa que você não possa escrever coisas inteligentes ou opinar sobre qualquer assunto! Muito pelo contrário, acho que essa restrição te força a ser mais inteligente, mais esperto, mais sucinto. É como se o twitter te forçasse a ‘otimizar’ as palavras!

Obviamente, não é possível discutir um assunto como eu faço aqui no blog. Mas concorda comigo que fazer um post desse é no mínimo mais cansativo e demanda muito mais tempo que um tweet? Nossa, às vezes você vê um assunto que está em foco e pensa ‘impossível não comentar isso!’ O twitter é perfeito nessas horas! (e aí entra o lance de twittar!)

E nesse momento entra o que eu mais amo no twitter: ele é muito mais dinâmico! Você pode manifestar a sua opinião lá e ninguém fica te torrando a paciência por isso. Duvida disso, experimenta colocar algo como ‘não gostei da nova música do Restart’ no facebook! Vai chover comentários! Não que isso seja ruim, mas surgirão comentários como aquelas piadinhas sem graça e de pessoas que às vezes nem está na sua lista de amigos... Eles mudam o foco do assunto... O que raramente acontece no twitter!

Essa questão do comentário para mim é a diferença crucial entre o twitter e o facebook. Porque se você for pensar bem, você também pode ‘tweetar’ no facebook atualizando o seu status! Mas, como já disse, o twitter é menos polêmico que o facebook. Para nós, reles mortais! Os famosos sofrem com essa rede social também! Mais essa é outra história! 

Obs.: Agradeço a minha amiga Karina Hernandes que revisou esse post!



Documentação II


Porque se fosse fácil não teria graça...

Você que cobiça a possibilidade de um intercâmbio na França... Saiba que depois que você consegue a carta de aceite, não tem muuita coisa que possa ser feita. A ‘correria’ atrás dos documentos vem antes disso, quando você tem que escolher as matérias que cursará na França, levar documentos para Deus e o mundo assinar...

Quando você finalmente recebe a carta de aceite, é como se você experimentasse um momento de paz... Tranqüilidade... Você tem a idéia (momentânea, é claro!) de que está tudo sob controle... Em ordem...

No meu caso, esse momento coincidiu com as minhas provas... Então, fiquei sob tensão o tempo todo... É...

Mas como eu ia dizendo, depois que você recebe a carta de aceite, a única coisa que você pode fazer é adiantar o seu cadastro na CampusFrance, que é obrigatório para todos os alunos que farão intercâmbio na França.

Você só pode fazer tudo (entenda tudo como pagar a taxa do CampusFrance, marcar a data de ida no consulado, reservar alojamento na França, enfim... Tudo!) depois que você recebeu a carta de aprovação da bolsa CAPES, isso para bolsistas CAPES/Brafitec.

Essa carta na verdade é composta por quatro documentos: são duas cópias do termo de compromisso (que deve ser devidamente assinado. Assim você se compromete a honrar seus compromissos com a CAPES), um manual de instrução ao bolsista (em que se encontram detalhados o montante da bolsa) e o ‘A Qui De Droit’(que vale a nossa vida na França, nesse documento, em francês, se encontra todo o valor da bolsa. É a prova de que temos como sobreviver na França).

Logo, receber a carta da CAPES significa que você pode dar andamento na sua documentação. É nesse momento que começou a minha angústia... Quando recebi a carta de aprovação da bolsa fiquei tão feliz que no primeiro momento não me deu conta do erro fatal... Um erro que me traria muuuuitas dores de cabeça e noites sem dormir...


terça-feira, 24 de julho de 2012

Documentação I

Caro leitor, se você, assim como eu, pensava que o grande problema era passar na prova do intercâmbio, você está enganadíssimo!!! Redondamente enganado como se diz aqui no interior...

Quando vi meu nome na lista de aprovados, pensei: ‘pronto! CONSEGUI!!! Estou na FRANÇA!!!’ Ledo engano... Essa pobre moça do interior de São Paulo mal sabia da burocracia e da dor de cabeça que a esperavam...

O primeiro grande momento de tensão foi logo após a divulgação da lista de aprovados. Eu e até então mais quatro amigos da faculdade, ficamos loucos para preencher o formulário online da CAPES. Era uma espera terrível por e-mails com documentos que deveríamos anexar no site da CAPES. E para deixar as coisas mais tensas, lembro que eu usava o Hotmail e ele bloqueava todos os e-mails que a AREX me mandava...
   
Mas enfim, vencemos essa etapa!!! (boa, tchamps! #TodosComemora). Iniciava agora o período de envio de documentos para as faculdades francesas. Só assim a gente receberia a tão sonhada carta de aceite. No começo fiquei apreensiva porque não tinha nenhum contato com a EIGSI, faculdade que me acolherá na França. Eu via o site da EIGSI mas não sabia ao certo o que enviar e para quem enviar...

Foi aí que numa fuçada no facebook, encontrei duas pessoas maravilhosas, que me ajudaram com a documentação... Não posso reclamar dessa época porque com a Thalita e o Thiago, dois estudantes brasileiros que já estavam em La Rochelle, o envio de documentos foi beeeem sossegado. Eles me passaram o contato da coordenadora da EIGSI, esclareceram as minhas dúvidas, ajudaram a preencher os formulários... Bom, foi tranquila essa parte... Até que recebi a carta de aceite...

E depois começaria outro capítulo extremamente tenso dessa novela... Logo, isso será assunto de outro post aqui do blog...


domingo, 22 de julho de 2012

BRAFITEC


Lembro-me claramente da primeira vez que ouvi alguém falar sobre o Brafitec, o programa de intercâmbio Brasil/França que eu participo.

Estava no terceiro semestre, segundo ano da faculdade. Fazia estatística com a professora Berenice. Antes de acabar a aula, ela chamou a atenção de todo mundo para falar sobre esse programa de intercâmbio. Era o primeiro ano que Ilha Solteira participaria do Brafitec.

Como era de se esperar, muita gente ficou interessada. Vários amigos comentaram sobre o assunto... Mas isso era uma coisa muito distante naquele momento. A gente não podia concorrer. Era pré-requisito estar no terceiro ano da faculdade, ser um dos dez melhores alunos da turma e ter média maior do que 6.

Na época eu pensei: ‘Já era! Você está no terceiro semestre e já passa sufoco para conseguir um cinco bola! Então, esquece!’ Bom... Acho que eu me enganei... Ou eu me surpreendi a mim mesma! Minha sorte é que eu sempre acreditei em milagres... 


'Do Título'


Caro leitor, você deve estar se perguntando: um blog, por quê? Você vai pra França? Por que ‘La France pour moi?’ Hã?

Calma! Eu explico!!!

Bom, vou fazer intercâmbio. Ficarei um ano na França. Um novo ambiente, pessoas diferentes, uma cultura diferente, outros costumes. Acredito que essa será uma oportunidade única na minha vida. Então, criar um blog é uma maneira excelente de compartilhar essa experiência, de relembrar algumas situações.

Quero deixar cada detalhe registrado. Desde a aprovação no processo seletivo até a chegada no Brasil. Da dificuldade com a língua até a fluência (que espero conseguir!). O choque cultural, ‘os micos’, as diferenças entre o Brasil e a França. Enfim, nada me escapará! 

Mas esse blog não vai ficar restrito somente ao meu intercâmbio. Gostaria de dividir com vocês minhas opiniões, minhas músicas favoritas, piadas, vídeos, enfim...

Espero que vocês gostem! E detalhe: vou me esforçar pra não cometer muitos erros de português. E que eu tenha tempo pra revisar todos os posts... hahahahah

OBS.: Confesso que gostaria de começar com estilo pomposo. Como Machado de Assis em ‘Dom Casmurro’, começando pela escolha do título, contando com aquele estilo magnífico os motivos que me fizeram escrever esse blog. Entretanto, minha capacidade intelectual me impede de realizar tal feito. Então, vai de um jeito bem mais simples... Estilo estudante de engenharia que faz séculos que não põe a mão em um livro...